A minha infância foi sensata e muito fria. Todos os por menores eram calculados em minha evocada mente. Para quem não sabe o que significa ser uma pessoa sensata é “Pessoa que sabe pensar e agir com razão, comedido, sem agredir ou ofender outras pessoas. Sabe ceder, para conquistar; ou perder, para ganhar” Ou seja, o homem é movido pelo seu pensamento. Mas no meu caso, como eu era uma imatura criança, eu não possuía o agir, nem mesmo a razão. O que eu sabia mais era perder para ganhar algo. Qualquer que seja a conquista de uma criança, sempre será o mais magnífico para ela. E ao contrário de tantas razões citadas, eu era movido pela emoção, como até hoje em dia me dou a isto. Não sei por que, é de mim mesmo, acho que se não fosse não estaria escrevendo.
Tive toda minha infância tendo que se espelhar em alguém e esse alguém era o meu irmão. Eu não era apulso a se espelhar a ele, nem mesmo era uma coisa ruim para mim, é por que éramos irmãos gêmeos e as pessoas achavam isso muito bonito. Mas isso não foi problema na minha infância. Lembro que para onde tivéssemos que sair, teríamos que ir juntos. Mas não estou aqui para falar de meu irmão. Outra coisa que me alienava era conversar com a minha mãe sobre como se tratava as mulheres. E mesmo que se não conversamos muito sobre isso, a minha observação diante dos filmes que vimos tirava-me conclusões para posteriormente tratar com gentileza, do mesmo jeito que via nos filmes. Minha mãe dizia: “Numa mulher não se bate nem com uma pétala de rosas”. E nesses filmes o que mais vemos são as mulheres se casando virgens. E isso entrou em minha mente não como se fosse uma meta, mas como se fosse padrão para qualquer homem.
Mas minha infância não foi apenas pensar em como se tratava as mulheres, eu me preocupava em brincar também. Tive lá uma infância divertida. No colégio em que eu estava eu era muito tímido, e tudo mudou quando eu fui estudar em outra escola. A minha vida fria e tímida por natureza teve uma reviravolta e tudo que era antes dela não me importava mais. Eu me dei de cara com aquela garota branquinha com os óculos de fundo de garrafa. Ela tinha uma cara de japonesinha tão encantadora, que todos na escola o admiravam. E é neste ponto que eu quero chegar: A menininha da Lua.
Continua...
O curioso é de fato o que você tenta repassar com suas idéias, porém me sinto seguro no que posso ler a seu respeito - um amigo - irmão gêmeo.
ResponderExcluirAndré , eu posso dizer que me identifico com você em alguns aspectos com relação à infância. Nesta época eu também era muito tímido, mas na adolescência fui mudando e, hoje, graças a Deus e algumas idas à psicológa fui perdendo a timidez e me socializando com as pessoas ao meu redor.
ResponderExcluirA frase que diz que em uma mulher não se bate nem com uma flor inspirou um post que eu escrevi há algum tempo no meu blog, onde eu trazia este assunto que hoje é muito debatido e que suscitou a criação da lei Maria da Penha.